sábado, 25 de fevereiro de 2012

Joanna de Ângelis fala-nos do Poder do Amor

O INCOERCÍVEL PODER do AMOR

Por mais definições e conceitos apresentem o amor, a sua força incoercível transcende sempre as colocações filosóficas, éticas, emocionais, comportamentais, pelas quais se expressa.

Mesmo nas manifestações primárias, quando se inicia com singelas características derivadas do instinto de preservação da vida, desenha todo um roteiro de crescimento que alcançará as culminâncias, adornando-se de sacrifícios e de holocaustos, de ternura e de abnegação.

Nascido nas inexauríveis Fontes do Excelso Criador, apresenta-se num caleidoscópio de manifestações que movimentam o cosmo e todos os seres viventes.

É o amor que proporciona a força de aglutinação das moléculas no mundo microscópico, assim como dos astros no macro, como energia de atracão e de repulsão, conforme ocorre entre os seres animados, em forma de afinidade ou de reação.

O deotropismo, que a tudo e a todos atrai para o seu Divino Fulcro, é a mais elevada e grandiosa manifestação do seu poder, em razão de erguer do caos da insignificância a vida nas suas primeiras apresentações, especialmente o princípio inteligente, na sua origem, até proporcionar-lhe a plenitude.

O amor ilumina a sombra da ignorância com o conhecimento, fomenta o progresso pelo trabalho, amplia os horizontes da percepção mediante o exercício contínuo da meditação.

Ao ser fraco, oferece força e resistência; ao bruto, enseja a docilidade; ao rebelde, proporciona o equilíbrio; ao déspota, faculta a compaixão; ao empreendedor, gratifica com o êxito; ao pigmeu, transforma em gigante; ao desanimado, impulsiona o recomeço da ação interrompida; ao fracassado, estimula o prosseguimento da atividade, sendo a energia que transforma tudo e todos para melhor.

O amor jamais desiste de levar adiante as obras de engrandecimento moral e espiritual da humanidade, porque se estrutura nos valores éticos da vida.

Jamais se ensoberbece, porque sabe que o seu êxito é resultado da permanência do esforço infatigável para o alcançar.

Em todas as situações é sempre o mensageiro da alegria e da ternura, jamais reagindo, sempre agindo de maneira correta e dulcificadora.

Nessa aparente fragilidade está a sua força incoercível, que nunca cede espaço à prepotência e ao canibalismo.

Pode-se impedir que se espraie, nunca, porém, que paralise a sua ação. Às vezes encarceram o indivíduo e o amordaçam, na vã expectativa de silenciar a sua expressão, que se exterioriza no olhar do impedido, que não se encontra vencido no sentimento que o domina e não pode ser aniquilado.

Quanto mais difícil o solo dos corações a joeirar, mais o amor se intensifica e produz sementes de vida eterna.

Quando os maus triunfam e pensam que poderão estabelecer o seu reinado infeliz, o amor suavemente brota do coração das vítimas e abençoa o martírio, tornando-se invencível.

Todos aqueles que se lhe opuseram através da história sucumbiram posteriormente ao seu encanto e vigor.


Santa Mónica, por exemplo, dominada pelo amor a Jesus, vivendo o martírio de um matrimónio infeliz, e genitora de Agostinho, rebelde e vulgar, então orou por vinte e sete anos em favor da conversão do filho, até o momento em que ele se tornou cristão, quando, concluída a sua tarefa, desencarnou em paz.

Por amor ao seu próximo, Maximiliano Kolbe, o sacerdote polonês, trocou a sua pela vida de um operário, quando os nazistas iam enviá-lo para uma casamata no campo de extermínio, onde deveria morrer, salvando-o…

Por amor à vida humana, Pasteur, embora enfermo, perseguiu os micróbios até encontrar a vacina contra a raiva e abrir o campo para a descoberta de muitos outros agentes de destruição do organismo.

Livingstone, o célebre conquistador e missionário inglês, estando em viagem pela África, embora não falasse outro idioma, senão o da sua pátria, deixou marcas inapagáveis do amor por onde passou, ajudando e estimulando as criaturas à felicidade.

Santos e heróis, mártires e sacrificados multiplicam-se nos relatos da história, dominados pelo amor que lhes ofereceu as forças para alcançarem as cumeadas da abnegação, sorridentes e felizes, doando a preciosa existência para que outros pudessem viver com dignidade e em paz.

Mães e pais abnegados, filhos dedicados e reconhecidos, irmãos conscientes, servidores humildes e gênios do conhecimento, da ciência, da tecnologia, da arte, dominados pelo amor, mantêm a sociedade em equilíbrio, fomentando-lhe o progresso e impulsionando-a no rumo dos objetivos sublimes de iluminação e espiritualidade.

O amor é a alavanca propulsora do bem que se esparze na Terra.

Sem a sua presença, a natureza seria árida e a beleza que brilha em toda parte ficaria reduzida ao desencanto e à degradação…

Nunca te canses, portanto, de amar.


Seja qual for a situação em que te encontres, dispões do instrumento divino do amor para equacionar quaisquer dificuldades, enobrecer os acontecimentos, fomentar o desenvolvimento moral, espiritual e material do ser humano.

Não fosse o amor de Nosso Pai, e a vida seria um fenômeno espúrio do acaso, candidata à desintegração, por absoluta falta de finalidade.

Portanto, nunca te queixes pelo fato de amares.

O amor é espontâneo e, por isso mesmo, é imbatível.

Espontâneo, torna-se um rio que se faz caudaloso, à medida que se alonga pelo curso, na direção do Oceano Celestial…

Quando amas, a tua vida adquire sentido e significado psicológico, porque se enriquece de bênçãos, que são os valores elevados da misericórdia, da compaixão, da afabilidade, da renúncia, da caridade, sem a qual não há salvação.

Examina as nascentes do amor no teu mundo íntimo e cuida de preservá-las sempre límpidas e cristalinas, não permitindo que ali se amontoe o lixo da ingratidão dos outros, a provocação dos maus, o desinteresse dos frívolos, a alucinação dos gozadores…

Estimula a generosidade dessa fonte que é inexaurível, e verificarás que, à medida que mais distribuíres a linfa sublime, mais ela produzirá.


Jesus, o excelente psicólogo, numa época em que predominavam o crime e a traição, o suborno e o utilitarismo, a descrença e o cinismo triunfava, quando a vida humana valia menos do que a de uma animália, embora perseguido e odiado, elegeu o amor como sendo a maior conquista destinada ao ser humano.

… E para demonstrar a grandeza dessa emoção superior, amou-nos em total segurança, de maneira que não trepidou em oferecer-se em holocausto, dando a própria vida, a fim de demonstrar-nos que a existência física somente possui objetivo quando é dominada pelo amor.


Extraído do livro: “Entrega-te a Deus”, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O Carnaval na Visão Espirita.


  O Espiritismo nos esclarece que estamos o tempo todo em companhia de uma inumerável legião de seres invisíveis, recebendo deles, boas e más influências a depender da faixa de sintonia em que nos encontremos. Essa massa de espíritos, cresce sobremaneira nos dias de realização de festas pagãs, como é o Carnaval.  

      Nessas ocasiões, como grande parte das pessoas se dá aos exageros de toda sorte, as influências nefastas se intensificam e muitos dos encarnados se deixam dominar por espíritos maléficos, ocasionando os tristes casos de violência criminosa, como os homicídios e suicídios, além dos desvarios sexuais que levam à paternidade e maternidade irresponsáveis.

      No livro, “Nas Fronteiras da Loucura”, psicografado por Divaldo P. Franco, Manoel Philomeno (espírito), que quando encarnado desempenhou atividades médicas e espiritistas em Salvador, relata episódios protagonizados pelo venerando Espírito Bezerra de Menezes, na condução de equipas socorristas junto a encarnados em desequilíbrios.


A carne nada vale:

      O Carnaval, conforme os conceitos de Bezerra de Menezes, é festa que ainda guarda vestígios da barbárie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados, marcado pelas paixões do prazer violento. Como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia tudo isso, todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade desaparecerão da Terra.

      Em seu lugar, então, predominarão a alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real, com o homem despertando para a beleza e a arte, sem agressão nem promiscuidade. A folia em que pontifica o Rei Momo já foi um dia a comemoração dos povos guerreiros, festejando vitórias; foi reverência coletiva ao deus Dionísio, na Grécia clássica, quando a festa se chamava bacanalia; na velha Roma dos Césares, fortemente marcada pelo aspecto pagão, chamou-se saturnalia e nessas ocasiões se imolava uma vítima humana.

      Na Idade Média, entretanto, é que a festividade adquiriu o conceito que hoje apresenta, o de uma vez por ano é lícito enlouquecer, em homenagem aos falsos deuses do vinho, das orgias, dos desvarios e dos excessos, em suma.

      Bezerra cita os estudiosos do comportamento e da psique da atualidade, “sinceramente convencidos da necessidade de descarregarem-se as tensões e recalques nesses dias em que a carne nada vale, cuja primeira sílaba de cada palavra compõe o verbete carnaval”.

      Assim, em três ou mais dias de verdadeira loucura, as pessoas desavisadas, se entregam ao descompromisso, exagerando nas atitudes, ao compasso de sons febris e vapores alucinantes. Está no materialismo, que vê o corpo, a matéria, como inicio e fim em si mesmo, a causa de tal desregramento.

      Esse comportamento afeta inclusive aqueles que se dizem religiosos, mas não têm, em verdade, a necessária compreensão da vida espiritual, deixando-se também enlouquecer uma vez por ano.

Processo de loucura e obsessão:

      As pessoas que se animam para a festa carnavalesca e fazem preparativos organizando fantasias e demais apetrechos para o que consideram um simples e sadio aproveitamento das alegrias e dos prazeres da vida, não imaginam que, muitas vezes, estão sendo inspiradas por entidades vinculadas às sombras. Tais espíritos, como informa Manoel Philomeno, buscam vitimas em potencial “para alijá-las do equilíbrio, dando inicio a processos nefandos de obsessões demoradas”.

      Isso acontece tanto com aqueles que se afinizam com os seres perturbadores, adotando comportamento vicioso, quanto com criaturas cujas atitudes as identificam como pessoas respeitáveis, embora sujeitas às tentações que os prazeres mundanos representam, por também acreditarem que seja lícito enlouquecer uma vez por ano.

      Esse processo sutil de aliciamento esclarece o autor espiritual, dá-se durante o sono, quando os encarnados, desprendidos parcialmente do corpo físico, fazem incursões às regiões de baixo teor vibratório, próprias das entidades vinculadas às tramas de desespero e loucura. Os homens que assim procedem não o fazem simplesmente atendendo aos apelos magnéticos que atrai os espíritos desequilibrados e desses seres, mas porque a eles se ligam pelo pensamento, “em razão das preferências que acolhem, e dos prazeres que se facultam no mundo íntimo”. Ou seja, as tendências de cada um, e a correspondente impotência ou apatia em vencê-las, são o imã que atrai os espíritos desequilibrados e fomentadores do desequilíbrio, o qual, em suma, não existiria se os homens se mantivessem no firme propósito de educar as paixões instintivas que os animalizam.

      Há dois mil anos. Tal situação não difere muito dos episódios de possessão demoníaca aos quais o Mestre Jesus era chamado a atender, promovendo as curas “milagrosas” de que se ocupam os evangelhos. Atualmente, temos, graças ao Espiritismo, a explicação das causas e consequências desses fatos, desde que Allan Kardec fora convocado à tarefa de codificar a Doutrina dos Espíritos

     Do mesmo modo como somos facilmente dominados pelos maus espíritos, quando, como já dito, sintonizamos na mesma frequência de pensamento, também obtemos, pelo mesmo processo, o concurso dos bons, aqueles que agem a nosso favor em nome de Jesus. Basta, para tanto, estarmos predispostos a suas orientações, atentos ao aviso de “orar e vigiar” que o Mestre da Galileia nos deixou, através do cultivo de atitudes salutares, como a prece e a praticada caridade desinteressada. Esta última é a característica de espíritos como Bezerra de Menezes, que em sua última encarnação fora alcunhado de “o médico dos pobres” e hoje é reverenciado no meio espírita como “o apóstolo da caridade no Brasil”.

Fonte:
Revista Visão Espírita.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Biografia de Meimei dos Dois Lados da Vida

Biografia de Meimei.

Irma de Castro.
A simples alma de uma grande mulher.
O nome MEIMEI, é uma expressão chinesa que significa "amor puro".

Homenageada por tantas casas espíritas, que adotam o seu nome; autora de vários livros psicografados por Chico Xavier, entre eles: "Pai Nosso", "Amizade", "Palavras do Coração", "Cartilha do bem", "Evangelho em Casa", "Deus Aguarda", "Mãe", e, no entanto, tão pouco conhecida pelos testemunhos que teve de dar quando em vida, Irma de Castro - seu nome de batismo - foi um exemplo de resignação ante a dor, que lhe ceifou todos os prazeres que a vida poderia permitir a uma jovem cheia de sonhos e de esperanças.  

Nascida em 22 de Outubro de 1922, na cidade de Mateus Leme, MG, transferiu residência para Belo Horizonte em 1934, onde conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 anos de idade, tornando-se então, Irma de Castro Rocha. O casamento durou apenas dois anos, pois veio a falecer com 24 anos de idade, por complicações generalizadas devidas a uma nefrite crónica.

A Origem da Doença:
Durante toda a infância Meimei teve problemas em suas amígdalas. Tinha sua região glútea toda marcada por injeções. Logo após o casamento, voltou a apresentar o quadro, tendo que se submeter a uma cirurgia para extração dessas glândulas. Infelizmente, após a operação, um pequeno pedaço permaneceu em seu corpo, dando origem a todo o drama que viria a ter que enfrentar, pois o quadro complicou-se com perturbações renais que culminaram com hipertensão arterial e craniana.

O Sofrimento: 
Devido à hipertensão, passou a apresentar complicações oculares, perdendo progressivamente a visão e tendo que ficar dia e noite em um quarto escuro, sendo que nos dois últimos dias de vida já estava completamente cega. Durante os últimos dias de vida, o sofrimento aumentou. Tinha de fazer exames de urina, sangue e punções na medula, semanalmente. Segundo Arnaldo Rocha, seu marido, Meimei viveu esse período com muita resignação, humildade e paciência.

A Desencarnação:
Os momentos finais foram muito dolorosos. Seus pulmões não resistiram, apresentando um processo de edema agudo, fazendo com que ela emitisse sangue pela boca. Seus últimos trinta minutos de vida foram de desespero e aflição. Mas, no final deste quadro, com o encerramento da vida física, seu corpo 
voltou a apresentar a expressão de calma que sempre a caracterizou. Meimei foi enterrada no cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte.

Surge Chico Xavier: 
Aproximadamente cinquenta dias após a desencarnação da esposa, Arnaldo Rocha, profundamente abatido, acompanhado de seu irmão Orlando, que era espírita, descia a Av. Santos Dumont, em Belo Horizonte, quando avistou o médium Chico Xavier. Arnaldo não era espírita e nunca privara da companhia do médium até aquele momento. Quase dez anos atrás haviam-no apresentado a ele, muito rapidamente. Ele devia ter pouco mais de doze anos.



O que aconteceu ali, naquele momento, mudou completamente sua vida. E é ele mesmo quem narra o ocorrido: "Chico olhou-me e disse: 'Ora gente, é o nosso Arnaldo, está triste, magro, cheio de saudades da querida Meimei'... Afagando-me, com a ternura que lhe é própria, foi-me dizendo: 'Deixe-me ver, meu filho, o retrato de nossa Meimei que você guarda na carteira.' E, dessa forma, após olhar a foto que Arnaldo lhe apresentara, Chico lhe disse: '- Nossa querida princesa Meimei quer muito lhe falar!'. 

E, naquela noite, em uma reunião realizada em casa de amigos espíritas de Belo Horizonte, Meimei deixou sua primeira mensagem psicografada. E, com o passar dos anos, Chico foi revelando aos amigos mais chegados que Meimei era a mesma Blandina, citada por André Luiz na obra "Entre a Terra e o Céu" (capítulos 9 e 10), que morava na cidade espiritual "Nosso Lar"; disse, também, que ela é a mesma Blandina, filha de Taciano e Helena, que Emmanuel descreve no romance "Ave Cristo", e que viveu no terceiro século depois de Jesus.

"Meimei" era um apelido carinhoso que o casal Arnaldo-Irma passou a usar, após a leitura de um conto chamado "Um Momento em Pequim", de autor americano. Ambos passaram a se tratar dessa forma: "Meu Meimei". E, segundo Arnaldo, Chico não poderia saber disso.

 Dados biográficos extraídos do livro “Palavras do Coração”


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A materialização de Meimei: 

Era Meimei. Olhou-me, cumprimentou-me e dirigiu-se até onde eu estava sentado..."Uma noite, sentimos um 
delicioso perfume. Intimamente, achei que era o mesmo que Meimei costumava usar. Surpreendi-me quando percebi que o corredor ia se iluminando aos poucos, como se alguém caminhasse por ele portando uma lanterna. Subitamente, a luminosidade extinguiu-se. Momentos depois, a sala iluminou-se novamente.  

No centro dela, havia como que uma estátua luminescente. Um véu cobria-lhe o rosto. Ergueu ambos os braços e, elegantemente, etereamente, o retirou, passando as mãos pela cabeça, fazendo cair uma cascata de lindos cabelos pretos, até a cintura. Era Meimei. Olhou-me, cumprimentou-me e dirigiu-se até onde eu estava sentado. Sua roupagem era de um tecido leve e transparente. Estava linda e donairosa! Levantei-me para abraçá-la e senti o bater de seu coração espiritual. Beijamo-nos fraternalmente e ela acariciou o meu rosto e brincou com minhas orelhas, como não podia deixar de ser. 

Ao elogiar sua beleza, a fragrância que emanava, a elegância dos trajes, em sua tênue feminilidade, disse-me: - "Ora, meu Meimei, aqui também nos preocupamos com a apresentação pessoal! A ajuda aos nossos semelhantes, o trabalho fraterno fazem-nos mais belos e, afinal de contas, eu sou uma mulher! Preparei-me para você, seu moço! Não iria gostar de uma Meimei feia!"

Texto de Arnaldo Rocha. Trecho do livro "Chico Xavier - Mandato de Amor". União Espírita Mineira - Belo Horizonte, 1992.  

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Livro: "Chico Xavier Pede Licença"

 APARTE DE AMIGO

Caro Leitor:

Não temos aqui o livro de um autor único ou uma exposição de ideias pessoais.

Solicitamos vénia para dizer que este volume é um diálogo em si. Um ponto de encontro entre nós e a Doutrina Espírita.

Em muitos tópicos surpreenderemos as nossas indagações e perplexidades, ante os obstáculos e provas da experiência humana a se expressarem nas inquietações e perguntas de muitos daqueles que suscitaram a formação destas páginas.

Alguém desejará saber porque a nossa participação nos assuntos de ordem terrena.

Acaso não existirá mundo melhor que a Terra para os espíritos desencarnados, sedentos de beleza e relevação? E será o orbe terrestre assim tão importante para que tantos amigos, além da morte, continuem gravitando em torno deles?

Responderemos afirmativamente.

Existem mundos cuja sublimidade e grandeza por enquanto nos escapam a qualquer definição, ao mesmo tempo que o campo humano, materialmente considerado, é sumamente significativo para quantos se desenfaixam dele. Isso ocorre porque o estágio do Espírito no corpo denso.

Os chamados vivos da Terra, nos eventos de hoje, serão os habitantes do Mais Além, nas ocorrências do amanhã, e a maioria dos chamados é demasiado curto para a aquisição dos valores de que carecemos todos, a fim de seguir adiante mortos do presente revestirão a roupagem carnal no futuro, retomando uns e outros o trabalho evolutivo nos dois planos da Vida, até que a sublimação lhes autorize a promoção, no rumo da Vida Superior.

Compreensível que as construções espirituais dos homens nos interessem a todos, de vez que somos interdependentes na romagem para o Mais Alto.

Do impositivo de estudos recíprocos este livro nasceu evidenciando-nos o anseio comum na procura da verdade e a Doutrina Espírita, consubstanciando a Verdade em si mesma, aqui nos responde às inquirições de ordem geral.

Diligenciamos por isto relacionar os nossos contatos e conclusões neste livro, seja nos comentários inspirados do nosso companheiro - o Professor Herculano Pires - corporificado no Plano Físico presentemente, guardando responsabilidades na orientação e na divulgação dos princípios kardequianos, por encargo dos mais expressivos em sua atual reencarnação, seja nos trechos despretensiosos em que nos manifestamos, com relação aos temas propostos através de encontros públicos.

Ante a Era do Espírito e em plena viagem espiritual para o Mundo Novo, achamo-nos, assim, neste volume, na condição de amigos em praça aberta, buscando diálogo e entendimento.

Que o Senhor nos abençoe e ilumine, a fim de que venhamos a atingir os nossos objetivos em amparo a nós mesmos, são, hoje e sempre, os nossos votos.

Emmanuel, Uberaba, 1º de Junho de 1972

Do livro: “Chico Xavier pede licença” Psicografia de Francisco C. Xavier, Autores diversos.