quarta-feira, 2 de maio de 2012

Mãe de Chico Xavier Visita Planeta Marte

                                    O PLANETA MARTE

Meus amigos, é com permissão dos nossos Guias dos planos superiores que desejo prosseguir, nesta noite, as minhas narrativas de Além-túmulo. Não está em nós a presunção de resolver incógnitas científicas e nem derrogar os decretos do Altíssimo, que, do lado de cá, nos merece a mais sublime de todas as venerações. (…)

(…) Todas essas distantes pátrias, que os vossos telescópios focalizam, dentro da noite imensa, não poderiam estar vazios e abandonados. Não se compreende uma cidade edificada, rica de monumentos e obras, sem habitantes e sem vida. Os planetas, que rolam no infinito, constituem a família universal, por excelência. Cada um deles comporta uma humanidade, irmã de todas as outras que vibram na imensidade.

É toda vaidade do homem terreno afirmar-se a única criatura pensante do Universo, mesmo porque a Terra é um dos planos mais obscuros e mais repletos de amargura para quantos já experimentaram algo das felicidades imorredouras que a evolução do sentimento e do raciocínio pode facultar. Para as almas acendradas no amor, a Terra é bem o recanto do exilio e das sombras. (…)


(…) É para a vossa ciência uma afirmativa audaciosa, dizer-vos que pude ver o planeta Marte, identificando-me com os seus elementos a fim de conhecer de mais perto as suas belezas ignoradas. (…)

(…) Como das outras vezes, meus amigos, não pude fazer sozinha uma excursão dessa natureza. O Guia de sempre conduzia os meus passos. E foi assim que bastou um pensamento forte de nossa vontade, concentrada nesse objetivo, para que efetuássemos essa viagem vertiginosa, cuja duração foi de poucos segundos, de acordo com a vossa contagem do tempo aí na Terra.

Vi-me à frente de um lago maravilhoso, junto de uma cidade, formada de edificações profundamente análogas à da Terra. Apenas a vegetação era ligeiramente avermelhada, mas as flores e os frutos particularizavam-se pela variedade de cores e de perfumes.

Percebi, perfeitamente, a existência de uma atmosfera parecida com a de Terra, mas o ar, na sua composição, afigurava-se muitíssimo mais leve. Assegurou-me, então o mestre, que me acompanhava, que a densidade em Marte é sobremaneira mais leve, tornando-se atmosfera muito rarefeita.

Vi homens mais ou menos semelhantes aos nossos irmãos terrícolas, mas os seus organismos possuíam diferenças apreciáveis. Alem dos braços, tinham ao longo das espáduas ligeiras, ligeiras protuberâncias à guisa de asas que lhes prodigalizam interessantes faculdades volitivas. Percebi que a vida da humanidade marciana é mais aérea. Poderosas máquinas, muitíssimo curiosas na sua estrutura, cruzavam as ares, em todas as direções. Vi oceanos, apesar da água se me afigurar menos densa e esses mares muito pouco profundos. Há ali um sistema de canalizações, mas não por obras de engenharia dos seus habitantes, e sim por uma determinação natural da topografia do planeta que poe em comunicação continua todos os mares.

Não vi montanhas, sendo notáveis as planícies imensas, onde os felizes habitantes desse orbe desempenham as suas atividades consuetudinárias. As águas são muito mais raras. As chuvas quase que se não verificam, mostrando-se o céu geralmente sem nuvens. Afirmou-me o protetor que grande parte das águas desse planeta, desapareceram nas infiltrações do solo, combinando-se com elementos químicos das rochas, excluindo-se da circulação ordinária do orbe.

Assegurou-me, ainda o desvelado mentor espiritual, que a humanidade de Marte evoluiu mais rapidamente que a da Terra e que desde os pródromos da formação dos seus núcleos sociais, nunca precisou destruir para viver, longe das conceções dos homens terrenos cuja vida não prossegue sem a morte e cujos estômagos estão sempre cheios de vísceras e de virtualhas de outros seres da criação.

O dia ali é igual ao da Terra, pois conta 24 horas e quase 40 minutos, mas os anos constam de 668 dias, tornando as estações mais demoradas, sem transformações bruscas de ordem climática que tanto prejudicam a saúde humana.

Disse-me, ainda, o mestre desvelado, que os marcianos já descobriram grande parte dos segredos das forças ocultas da natureza. Conhecem os profundos enigmas da eletricidade, sabendo utiliza-la com maestria. Nas questões astronómicas, são eminentemente mais adiantados do que seus companheiros da Terra, compreendendo todos os fenómenos e a maior parte dos mistérios da natureza do vosso planeta.

Vi lá formidáveis aparelhos fotoelétricos que registam, com precisão matemática, a quase totalidade das expressões fenoménicas dos mundos que estão mais próximos desse orbe maravilhoso. Em vez do satélite, que ilumina as vossas noites, observei que Marte é servido por dois. Duas luas que parecem gravitar uma em torno da outra, porem menores, muito menores que a vossa.

Todavia, o que mais me admirou não foram as expressões físicas desse planeta, tão adiantado em comparação com o vosso. Nele a sociedade está constituída de tal forma, que as guerras ou flagelos seriam fenômenos jamais previstos ou suspeitados. A vibração de paz e de harmonia que ali se experimenta irradia aos corações felicidades nunca sonhadas na Terra. A mais profunda espiritualidade caracteriza essa humanidade, rica de amor fraterno e respeito ao Criador.


 Retirado do livro "Cartas de Uma Morta" do espirito Maria João de Deus, através da mediunidade de seu filho Chico Xavier.

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